17 novembro 2016

Descarte de resíduos.



Até o Cascão ficaria indignado com a situação da coleta de lixo em São Vicente e em muitas outras cidades.

Nem preciso falar da importância de políticas sérias para tratar deste assunto, talvez não haja interesses, pela visão retrógrada de que lixo não é, ou é pouco rentável.

Aqui em São Vicente, como muitas outras cidades estão passando por problemas serios na coleta de lixo, não quero aqui discutir está questão, pois teria de me estender muito, sobre crise financeira, má gestão, falta de comprometimento do Ministério Público, Ministério do Meio Ambiente, Agências Ambientais, (poxa já me estendi) etc, etc e tal.



"Estas imagens são de um bairro da orla da praia, a situação nos bairros da periferia é mais desastrosa".

- Relembrando o passado.

Quando criança (em um passado próximo), uma das tarefas que eu e meus irmãos tinham em casa era colocar o lixo para fora, era uma tarefa pouco disputada, o lixo era composto em sua maior parte de orgânicos.

Naquela época, os produtos não vinham em tantas embalagens, quando tinham eram latas e em papelão. 

O arroz, feijão, farinhas, pães e grãos em geral eram comprados a granel em pequenas mercearias que vinham em sacos de papel. Peixes, verduras, frutas e legumes comprados nas feiras livres, vinham embalados em jornais, do mesmo modo como as carnes no açougue, o leite e algumas bebidas como o vinho era comprados em garrafas higienizados em casa.

Não era nada higiênico, mas não lembro de ninguém da minha família ter adoecido por este motivo. 

Este modelo não cabe mais neste mundo "moderno", por razões óbvias, mas a quantidade de lixo na minha casa naquela época era de uma lata, destas de 50 litros, que na verdade só ficava cheia e raramente, quando o caminhão de lixo não passava, pois era alternado nos dias da semana.

Lembro do grande empenho de minha mãe em higienizar a lata e a manter sempre em bom estado, e para facilitar aos coletores ela pregava uma barra de madeira na borda da lata, prevenia também machucados. Este empenho era cobrado por ela de forma muito intensa (#@%&?), quando eles amassavam as latas, batendo nas bordas da caçamba do caminhão.

Toda esta história é para tentar identificar a responsabilidade de todos pelo ciclo do lixo, o papel de cada um e de quem cabe a maior parte deste "honos".


Abaixo, Carlos Silva Filho diretor da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) em entrevista para o site projeto colabora


“As pessoas não pagam água, luz, telefone? Por que não pagam pelo lixo?
 – questiona Carlos. 

– É preciso que haja contribuição, além das indústrias, das pessoas que geram o lixo”

Talvez o Sr. Carlos desconheça que muitas prefeituras ou todas cobram uma taxa de coleta de lixo no IPTU, e o que dizer dos impostos astronômicos que pagamos em cada produto que compramos, que superam em questão de extravagância das estalagens cada vez menos ecológicas.



Estamos gerando mais lixo, muitas vezes é por falta de opção e instigados pela industrialização a consumir cada vez mais. 

Acredito que cabe a indústria boa parte desta responsabilidade e a colaboração no descarte de resíduos que seus produtos produzem.

"São raros os condomínios que tentam adequar o descarte de residuos, como este da rua 11 de Junho".



Enquanto estas questões não são resolvidas, tento fazer o pouco que posso, vou ao supermercado com minha própria sacola, separo “quase sempre” o lixo orgânico, sem sucesso, pois não há coleta seletiva, trago para casa ou descarto em lugar próprio o lixo que produzo na rua e espero cada vez mais, apender como lidar com descarte de resíduos.

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